Em 1995, fui incumbido de fazer uma tradução livre de uma revista de costura francesa. O pouco francês que eu sabia – e que ainda sei – advém de um método que usei para aprender o vocabulário básico: comprar uma revista, no caso francesa, ter um dicionário por perto e ir pesquisando as palavras à medida que iam surgindo diante dos meus olhos. Assim, em poucos dias, eu estava lendo alguma coisa já. Voltando ao assunto, peguei a tradução para fazer e tudo ia bem até que surgiu uma palavra que eu não encontrei em dicionário algum: “parmenture”. E olha que eu vasculhei vários dicionários atrás do significado dessa palavrinha e não obtive êxito em momento algum. E essa era uma palavra-chave para eu concluir o meu serviço; se eu não soubesse o que significava “parmenture”, a tradução não seria concluída e nada de dindim no bolso. Foi aí que apelei para o meu pai, que era belga, e para a minha avó, mãe dele. Eles também não sabiam. Minha avó, então, recorreu a uma velha amiga que tinha um velho dicionário de francês – velho mesmo, com mais de cem anos, pelo que eu entendi. Finalmente, o significado de “parmenture” chegou ao meu conhecimento: era “lapela”. Na época, se houvesse o Google, com certeza eu teria descoberto o que significava “parmenture” em poucos cliques, mas como internet era uma novidade até então, eu me vi em sérios apuros até que a amiga de minha avó conseguiu descobrir em seu velho dicionário o significado da palavrinha que, por pouco, não impediu de eu embolsar um bom dinheiro pela tradução. Hoje em dia, mal sei francês, já esqueci muita coisa, mas o significado de “parmenture” jamais vou esquecer.
Continue lendo >>segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
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