sexta-feira, 10 de julho de 2009

FICÇÃO OU REALIDADE? – CAP. 3

CIGARROS

Beto era o único fumante daquela turma que comprava cigarros regularmente. Os demais, seus colegas de classe, viviam filando cigarros dele. E isso o deixava muito irritado:

- Por que vocês só vêm pedir cigarros para mim? Por que não compram? Sabem quanto custa um maço de cigarros? Não, não sabem!

Beto falava, falava, mas acabava cedendo e dava cigarros aos colegas. Quando não queria dar, alguém lhe tomava à força o maço que ele levava sempre no bolso da camisa e distribuía para o resto do pessoal.

Cansado de ser feito de bobo, Beto teve uma ideia: envenenar os cigarros, mas apenas para dar um susto nos amigos. Foi à farmácia do seu Juvenal e pediu um certo elemento químico. O velho Juvenal, intrigado, quis saber:

- O que você quer com isso, meu filho? É um veneno perigoso…

- Ah, seu Juvenal… É para fazer uns experimentos lá em casa… Nada além disso!

Beto era fanático por química e conhecia todos os elementos químicos e vivia fazendo experiências em casa, em seu laboratório montado no quartinho dos fundos de casa.

Sabendo disso, seu Juvenal não hesitou em vender o veneno para Beto, mas o advertiu:

- Cuidado com isso, que pode matar!

- Eu sei, seu Juvenal… Estou bolando um veneno para acabar com as formigas lá em casa… É isso!

- Ah, bom! – disse o velho Juvenal, suspirando aliviado.

Beto chegou em casa e pôs-se a trabalhar. Foi para o seu laboratório e, após 2 horas de trabalho, conseguiu envenenar um maço de cigarros que já estava aberto e pela metade. Sozinho, disse para si mesmo:

- Esse pouquinho de veneno que eu pus aqui vai fazer aqueles otários vomitarem até não querer mais… Assim, me deixam em paz…

Beto trancou o laboratório e foi para o seu quarto, na intenção de tomar um banho e ir à casa da namorada.

Chegou no quarto, guardou o maço de cigarros no criado-mudo e foi para o banheiro tomar banho.

Quando estava no chuveiro, Suely, sua namorada, o amor da sua vida (eles namoravam havia 6 anos), chegou de repente no quarto e disse, em voz alta:

- Beto, a empregada me atendeu e disse que eu podia subir!

- Já vou, minha princesa! Tô no banho! – disse Beto, do banheiro.

- Beto, tô seca pra fumar… Onde tem cigarro?

Distraído, Beto gritou:

- Amor, tem um maço aberto na gaveta do criado-mudo!!!

Suely abriu o criado-mudo, pegou o maço de cigarros, tirou um, levou à boca, acendeu e deu o primeiro trago quando Beto estava entrando no quarto. Nesse momento, ele se lembrou do que havia feito, mas era tarde demais. Suely deu apenas um trago no cigarro. Caiu morta sobre a cama de Beto.

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