Quem deu o palpite de que os teleteatros saíram do ar, de uma hora para outra, acertou em cheio!
E, claro, mais uma vez, não tive trabalho algum exibido. E a culpa não era minha por essas coisas estarem acontecendo desde 1982.
O humor do Silvio Santos é algo famoso no meio artístico. Ele muda a programação a hora que bem entende, deixando o telespectador perdido.
Em 1998, ainda, recebi uma proposta tentadora de uma empresa que prestava serviços na área de comunicação. Eu iria fazer textos para o antigo Disque 900, lembram? Pois, já estava tudo certo, alguns textos entregues, alguns gravados, contrato assinado e reconhecido em cartório e tudo mais.
Mas, como sempre vinha acontecendo comigo… o contrato foi cancelado, eu não criei problemas para o dono da empresa, pois a culpa não foi dele, e sim de quem ia bancar o projeto.
Naquela época, no começo, com poucas ligações, eu tiraria limpo mais de R$ 700,00 mensais, segundo o dono da empresa. Com o passar do tempo e o aumento das ligações, esse valor se multiplicaria muitas vezes!
Só que, mais uma vez, algo deu errado na minha vida profissional…
Chegou o ano de 1999. Eu estava numa dureza só. Havia feito 3 revistas para um editor, muito grosseiro, por sinal, e ganhei R$ 750,00 que me mantiveram vivo até maio, quando um dos editores mais íntegros do mercado me telefonou – a essa altura eu já vivia em São Vicente (SP) – e disse:
- Eu nunca telefono para as pessoas, procurando-as, mas, neste caso, estou abrindo uma exceção. Gostaria que você viesse aqui o mais rápido possível, ainda esta semana, pois tenho um bom serviço para você. É coisa grande!
Eu iria criar revistas de caça-palavras e palavras cruzadas!
Naquela semana mesmo peguei um ônibus para São Paulo e fui ter com esse editor. Objetivo, ele foi logo dizendo:
- A editora para quem eu presto serviços quer entrar com tudo na área de passatempos. Então, é o seguinte: se você fizer uma revista para mim, eu a comprarei; se fizer 50, as comprarei também. É que a editora pretende, em dezembro agora, estar com 70 títulos em banca!
Ele pediu para eu fazer o preço. Fiz. Ele concordou. Era dinheiro garantido todo fim de semana.
Iniciei os trabalhos. Fazia um diagrama de caça-palavras em questão de 10 minutos, não mais. Às vezes, conseguia “fechar” uma revista de 32 páginas em 3 dias.
Aí, fui aprimorando o meu serviço e, em único mês, cheguei a levar 16 revistas para o tal editor. Mas ele, como havia sido combinado, pagava uma revista por semana, o que estava de bom tamanho. Nessa época, eu já estava fazendo cruzadas diretas, coisa que eu nunca havia feito na vida, mas aprendi rapidinho.
E tive a colaboração da minha amiga Leonor, de Porto Alegre, que aprendeu a fazer palavras cruzadas nesse estilo por telefone! Viramos sócios nessa empreitada e, por isso, se deu o aumento na produção.
Estava feliz. Trabalhava no que gostava e ainda ganhava para isso. E semanalmente!
Em dezembro daquele ano de 1999, quando a editora deveria estar com mais títulos em banca, suspendeu as revistas de caça-palavras e cruzadas diretas.
CONTINUA AMANHÃ…
2 comentários:
Caramba, que experiencia de vida ein?
Abçs!
Não tanta experiência como aqueles que todos os dias saem cedo de casa e voltam só à noite. Nunca trabalhei assim, nem com carteira assinada. A minha está em branco, só com o registro de jornalista. Eu nem coloquei nada falando dos 5 meses que trabalhei na Rádio Record AM, departamento de esportes. Foi a única vez na minha vida que "eu saía para trabalhar" - era das 18h às 23h, 0h.
Agora, experiência em levar "não" na cara, ser desprezado, ah, com certeza, tenho muita.
Amigo, estou "calejado". E vivendo aqui onde vivo as coisas tornam-se cada dia piores.
Obrigado por ter comentado outro post meu.
Abração,
André
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